quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ronco e apnéia do sono com aparelho bucal

A Síndrome da Apnéia/Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) é uma doença crônica, evolutiva, com alta taxa de morbidade e mortalidade, apresentando um conjunto sintomático múltiplo que vai desde o ronco até a narcolepsia (sonolência diurna excessiva), com repercussões gerais hemodinâmicas, neurológicas e comportamentais. É uma patologia complexa, que muitas vezes, requer uma inter-relação de várias áreas da saúde, tanto no diagnostico, quanto no tratamento.

Esta síndrome consiste na obstrução das vias aéreas causada pela flacidez dos tecidos da garganta, que impede a respiração por alguns segundos, várias vezes por noite, ocasionando mais de 90% da diminuição da circulação de oxigênio no organismo. Esses problemas são freqüentes no homem, a partir dos 30 anos e nas mulheres, a partir da menopausa. Estudos afirmam que as pessoas com apnéia têm 30% mais chance de sofrer infarto e acidentes vasculares cerebrais (derrames).

Além do ronco (vibração dos tecidos da garganta quando o ar passa) e da sonolência diurna excessiva, existem outros sintomas desta síndrome que também devem ser considerados, como: suar muito durante a noite, acordar com sensação de sufocamento, com a boca seca, acordar frequentemente durante a noite para urinar, insônia, parassomias (pesadelos, sonambulismo), alterações de humor, dificuldade de concentração, problemas de memória, impotência sexual e irritabilidade. Segundo a Sociedade Brasileira do Sono, o indivíduo com dificuldade de concentração faz com que a chance de sofrer acidentes automobilísticos e no trabalho, suba cerca de sete vezes.

Recentemente, os aparelhos orais têm adquirido importância no tratamento da apnéia e do ronco, pela facilidade de adaptação e eficácia, ganhando espaço como uma das principais formas de tratamento, e a sua viabilidade tem aumentado a procura por cirurgiões-dentistas capacitados em distúrbios do sono.

Estes aparelhos são construídos de modo a posicionar a mandíbula mais para frente e mantendo-a firmemente nesta posição. O avanço da mandíbula, explica o Dr. Jonilson Lemos Pantoja (Cirurgião-dentista, ortodontista, capacitado em distúrbios do sono), faz com que os tecidos da garganta se “estiquem” aumentando a abertura para a passagem do ar. O avanço da mandíbula também estimula um reflexo que faz a musculatura da faringe e arredores ficarem mais tensas e mais firmes, evitando o ronco. Este aparelho não produz nenhuma mudança física no paciente, resolvendo o problema apenas enquanto estiver sendo usado.

O cirurgião-dentista pode intervir no tratamento da SAHOS, primeiramente, avaliando as alterações morfológicas faciais, observando as condições dentárias e definindo se haverá a necessidade ou não, de se fazer exames complementares, como a polissonografia (onde o paciente dorme uma noite inteira e é monitorado em laboratório do sono), radiografias ou exame com o médico do sono ou otorrinolaringologista, antes da colocação do aparelho.

Existem algumas limitações para o uso do aparelho que podem ser: impossibilidade de retê-lo na boca, pacientes muito obesos, com índice de apnéia acentuado e com problemas na articulação têmporo- mandibular (ATM).

Segundo resultados apresentados no Congresso da Sociedade Brasileira de Sono (2007), os pacientes tratados com aparelhos bucais têm obtido uma redução média de 74% no índice de Apnéia (IAH), em estudo com polissonografia, sendo que 54% dos pacientes tiveram redução total da apnéia do sono e uma redução de 80% no ronco.




Dr. Jonilson Lemos Pantoja Cirurgiao-dentista (*)


(*) Especialista em Ortodontia
      Capacitação em Distúrbios do Sono

Fonte: ODONTOCENTER

Últimas atualizações

 
Desenhado e Customizado por 3S SOLUTIONS - Mantido por LINFORMATICA